quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O pai da Maria Eduarda

Descobri que minha vida doméstica é (salvo exceções) um monólogo. Eu falo e Eduardo escuta. Estou com laringite aguda, com a recomendação de tomar muita água, nada de gelados e repouso vocal absoluto. Descobri que, dentro desse panorama, minha casa é um silêncio. Monótona até... Sorte que passei esses últimos dias absolutamente absorvida em ler e escrever. Também me pus a refletir se não falo demais pra preencher o espaço... todo o espaço (e olha que de fato acredito que ando mais introspectiva... como seria antes?)
Outro dia (quando ainda tinha voz) deixei a sala e fui para o quarto da Maria Eduarda, ler. Não avisei ao Du meu paradeiro, já que em linha reta eu estava a menos de 7 metros. Minutos depois, parado na porta, estava ele.
“Que você está fazendo?”
“Estou lendo”.
“Mas por que aí? ... digo... pode ser aí... Mas é que se você estivesse na sala...” Ele ficou quieto uns instantes... “eu não ia falar com você mesmo, mas você estaria lá”.
Começamos a rir. Ele de si mesmo.
Para quem não sabe (acho que todos sabem) conheci o Du pela internet, quando ainda nem era popular usar câmeras e microfones. Foi a sorte. Imaginem que porre seria eu falar e ele escutar uma noite inteira num barzinho...
O bom é que há dias em que ele está inspirado e fala pelas tampas, sobre os mais variados e interessantes assunto. Ótima companhia.

Um comentário:

  1. Dri,
    Adorei seu post! Me lembrei de um dia em classe, o Du atacado, falando pelos cotovelos e fazendo uma piada atras da outra... Aproveitando dos deslizes de Mestre dos Magos que falava aquele dialeto que ele chama de espanhol... Você perplexa!
    Saudades...
    Chego dia 08/12! Vou passar 40 dias ai!...
    Separe um tempo!

    Beijos nos corações e na barriga!

    Carol

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