Hoje acordei com “fogo na bunda”. Essa frase era da minha vó Lica, isto é, cheia de energia e vontade de fazer algo. Nem parecia que existe uma mega barriga aqui em baixo. 7 da manhã e eu já fazendo planos pra hoje e sorrindo pro sol. Piscina!!
Pus a mesa do café, fui cutucar o Eduardo na cama e às 8 já estavamos na água. Estar na piscina com essas quase 40 semanas é indescritível. Nada dói, as pernas não pesam, a lombar relaxa, os pés desincham e a barriga não é afetada pela gravidade, o que dá um bem-estar na bexiga (coisa raríssima nessas últimas semanas). Porém, na hora de por os pés na escadinha para desatolar das águas, parece que estamos com pedras nos ombros. Tudo pesa e a bexiga urra. Bom, o fogo na bunda já acabou há uma hora...rs. Estou com a pancinha de lado na cama.
Ontem à noite achei que estava caminhando pro desfecho da gestação. Fui dormir acabada, dolorida. E hoje acordo assim, como se nada tivesse acontecido. Toda noite me vêm dores suspeitíssimas. Muito curiosas as sensações desse finalzinho, às vezes leve e cheia de energia e às vezes mais lenta que bicho preguiça.
Compartilhando minhas sensações com minhas queridas amigas, recebo muito amor e apoio. E dicas. Acabo de ser brindada com estas, da Tati:
“Ah!!!!
lembrei de mais uma que me ajudou muito no parto (no trabalho de parto).
Lembram que fiz quase todo ele sozinha em Arthur Nogueira, pois achei que a dor ainda não estava no ponto e quando resolvi ir ao Hopsital (Caism da Unicamp) as contrações já eram quase contrações de parto (estavam de 5 em 5 min e as de parto acho que eram de 3 em 3 min). Bom, o motivo de eu ter conseguido não sentir dores intensas no trabalho de parto foi simplesmente respirar direito. A lógica é simples. Tudo deve estar bem oxigenado... e a mami deve estar calma.
Motivo da segunda - mami deve estar calma pois o parto para o bebe já é estressante... então quanto mais mami calma, menos um stress para o baby... e obvio deve-se priorizar o stress do neném (ai a gente já vai aprendendo quem passa a reger nossos esforços). Então tem que ficar calma, deixe que os médicos cuidam do resto, e principalmente a natureza (nosso corpo dá conta acredite)... à mãe cabe ficar o mais calma possível.
Agora a primeira - Aqui entra a respiração. Melhor que seja de qualidade. Minha médica disse que era bobagem tipos específicos de respiração (ex. tipo cachorrinho)... ela disse que eu tinha que respirar bem, profundamente, oxigenando o organismo...
E foi por conta desta orientação que resolvi durante hooooooras... (no mínimo das 2 da tarde até as 9 da noite) brincar de respirar profundamente toda a vez que vinha uma contração (o médico tinha me garantido que Tainazinha chegaria em um ou dois dias apenas). Me recostei bela e formosa na cama, depois de uma almoço de pratada, e a cada vez que sentia um sinal de contração chegando, como uma ondinha rasa que vem do mar e que aos poucos vira um tsumani, começava a respirar profundamente e com calma... como nos exercídios de coral (Dri, ja fez coral??). Inspirava abrindo espaço ´na barriga´ com o que se chama de respiração abdominal, e depois com o peito (respiração superior), mantinha ela assim e soltava bem devagarzinho. Várias vezes, sem pressa. Percebi que se fizesse esta proeza bem feita a dor da contração durava não 30 segundos, mas 10, 15 segundinhos...
Foi assim que cheguei em Barão com Tainazinha quase nascendo e sem precisar de anestesias.
A anestesia foi a calma e a respiração.
Moral da história:
A natureza dá conta.
Respire com qualidade
Reduza as variáveis de stress (prioriza o stress do neném, já está de bom tamanho)”
Estou, como digo, tranquila. Ansioso está o Eduardo, ontem a tarde parecia enjaulado e à noite com dores como as minhas. . E contando minutos nos dedos estão a mãe dele e meus pais.