quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Maria, meu pingo

Às vezes me pergunto como posso amar tanto esse pingo de gente. Na vida pré-Maria, tudo era completo, nunca senti que faltava algo. Mas após sabê-la, lembro-me de como era antes e... como podia ser?
2010 foi um ano surreal. Tantas coisas ao mesmo tempo, tanta intensidade, tanto trabalho, tanto aprendizado, tanta angústia e, sim, felicidade. Foi ano de aprender a fazer tudo o que eu fazia antes, transformando e adaptando, em conjunto com todas as coisas novas. Acho que sou mais cansada eficiente agora.
Antes de Maria nascer eu acordava às 6h, tomava meu banho, preparava meu café da manhã e sentava-me para tomá-lo, lendo notícias e e-mails. Escovava meus dentes, passava uma base sob os olhos e um pó na pele. Dava uma ajeitada rápida no cabelo. Saía calmamente às 6:55h rumo à escola.
Em minha vida pós-Maria, depois de uma ou duas acordadas na madrugada (quando sim, penso nos bebês do futuro, dotados de um botão ON-OFF), levanto-me arrastando-me às 6:15h, dou uma mamadeira, troco sua fralda, vou pro banho, arrumo suas coisas, arrumo minhas coisas, engulo o café da manhã, espicho o olho pro espelho para ver se não há nada anormal e saio esbaforida com um bebê embaixo do braço, às 7:05h.
Isso pra falar apenas do que aconteceu das 6 às 7 horas.
Minha rotina virou do avesso. Mantenho a atenção aos meus pais, irmãos e sobrinhos. Mando e-mails regulares aos sogros com fotos e notícias da pequena. Porém, a dedicação aos amigos caiu. Faltam horas dentre as 24. É tanta junção de afazeres... Em alguns devaneios me imagino enchendo os pulmões de ar e dando um sopro bem forte no mundo, fazendo com que tudo pare. Nesse mundo em suspenso eu poderia ler um livro e dormir várias horas.
Sou mais feliz do que era antes. Minha compreensão de mundo mudou. Assim como o meu entendimento sobre minha avó e mãe.
Minha vó Lica, que Deus a tenha, não podia me ver que dizia: “Que você arrume um marido bom”. Esse “bom” não estava vinculado a um “bom partido”, no que se refere ao senso comum, financeiro. Mas no sentido de “alguém que acompanhe bem”. Quando estamos abraçadinhas e Maria adormece, me vem este pensamento: E quando eu e Eduardo faltarmos? E em seguida vem: vamos fazer um excelente trabalho agora, a cada dia. Educá-la para ser equilibrada, independente e feliz. E então me vem minha avó em meus pensamentos. E olho para Maria e penso: Que você encontre alguém que a acompanhe bem.
Meu pinguinho bem cuidado é o devir de um pingão, feliz.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Vestido florido e dois dentes

Uma preciosidade que engatinha por toda casa atrás do perigo. Cheia de sorrisos, algumas gargalhadinhas, dois dentes em baixo. Uma gengiva mega inchada em cima.
Voltou a acordar uma ou duas vezes para mamar. Acorda às vezes aos prantos querendo um abraço.
Aprendeu com os avós a dormir no colo.

Linda de dar gosto.



domingo, 5 de setembro de 2010

sábado, 21 de agosto de 2010

Dentinhos, noite de chororô e estatísticas de crescimento

Hoje fomos à pediatra, depois de uma noite cheia de chororô pelos dentinhos. Quase não dormimos. Passamos longos minutos abraçadinhas e em certo momento ela abocanhou minha bochecha e ficou assim, sem morder e sem largar, aliviando suas gengivinhas. Mamou no peito, coisa que já não vinha fazendo. Estava toda carente. Hoje de manhã não queria mamar de jeito nenhum. Comeu banana.
A pediatra  fez o check-up e tudo está ótimo. Maria está com 7 meses completos hoje, 71,5cm, 7,7Kg. Sentando, rolando, tentando engatinhar, gritando.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Maria com sete meses e boa de garfo


Maria Eduarda agora almoça e janta muito bem, com direito a fruta de sobremesa e golinhos de água. Mas tivemos nossos percalços. As primeiras refeições de Maria foram bem. Lá pelo quarto dia começou a fechar a boca e já não queria nada. Demorei três semanas, algum estresse e várias lágrimas dela para eu descobrir que o problema não era o gosto da comida, mas a textura. Até então eu seguia a orientação de apenas amassar com o garfo a sopinha. Depois de berros e berros experimentei a peneira... e foi o paraíso. Boquinha aberta feito passarinho.

Hoje surgiram duas geminhas brancas na gengiva inferior. Minha mãe (minha consultora) aconselhou-me a começar a misturar uns pedacinhos não peneirados em meio à papinha. Fiz isso e hoje Maria jantou como uma princesa, às 19h.

Não só a alimentação mudou. Seus padrões de sono também. Ela dormia melhor aos cinco meses que agora, aos quase sete. Antes ela ia para o berço por volta das 19h e despertava depois das 6h. Agora ela dorme e acorda na mesma hora, porém com uma ou duas mamadas aí no meio. Não sei o que acontece, se é falta de calorias por causa do frio... se é sede pelo aquecedor em seu quarto... se são os dentinhos incomodando. Sei que faz um mês não durmo bem e concluí (uma vez mais?) que mães são pessoas cansadas. E que mães que trabalham fora são pessoas excessivamente cansadas.

Maria Eduarda aprendeu a sentar e a novidade é jogar brinquedos no chão e olhar aonde caíram. Está muito falante, repetindo inúmeros TATANANADADATETETETETE.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

De volta ao trabalho


Junho passou tão rápido que mal me dei conta. Voltei ao trabalho e isso faz com que meu tempo livre (livre?) se restrinja a minutos. Há dias mais tranquilos e dias que enlouqueço. Mas entre uns e outros, chega a noite, Maria dorme e eu não duro quase nada mais acordada. A rotina começa um pouco antes das 6h e só termina perto das 9h da noite, depois de eu ajeitar suas coisas do dia seguinte e deixar o almoço pronto. Parece que minhas pilhas se esgotam e não suporto mais os olhos abertos.


Maria segue sua rotina impecável de sono. Às 7h da noite começa a esfregar seus olhinhos e a dar uns resmungos. Esse é o sinal de que basta mamar para dormir. Ela não acorda mais a noite, salvo excessões.

Há duas semanas começou a tomar suco pela manhã e a comer papinha de fruta a tarde. O primeiro suco foi laranja lima e a primeira fruta maçã cozida. Tudo muito bom. Neste fim de semana começamos com o almoço de papinha salgada. Ela começa bem e no terceiro bocado reclama. Então sigo os conselhos da minha mãe: dois bocados de sopinha, um bocado de frutas... mais dois de sopinha e assim até acabar. Hoje a papa foi de mandioquinha, jiló, abóbora e chicória. Ela amou. Faço cara de entusiasmo enquanto dou as colheradas, partindo do pressuposto de que como não conhece nada ela gosta de tudo. Já experimentou banana maçã, pêra (a preferida), mamão, melancia, cenoura, beterraba, batata, abobrinha.

Ela fez 5 meses. Há 15 dias foi à pediatra e pesava 6,6Kg. Estava com 67,5cm. Ela é comprida, está usando macacão tamanho grande mas mesmo assim alguns ficam “pula brejo”.

Minha pérola


quarta-feira, 2 de junho de 2010

Maria Eduarda e a memória de Deus

Li que até os 6 meses a memória do bebê serve basicamente para reconhecer pessoas. Pois Maria Eduarda já (re)conhece Deus.

Todas as noites, abraçadinhas em nosso ritual pré-sono, enquanto Maria mama, começo: “Papai do céu, obrigada pelo dia que tive hoje...”. Vou vocalizando no lugar dela, como se fosse ela a agradecer “obrigada pela minha mamãe, pelo meu papai e pela felicidade de nossa família...”

Isso acontece dessa forma desde que ela tinha umas duas semanas de vida, “obrigada pela minha vovó Ira, pelo vovô Cide, pela vovó Ana...” ...vamos até agradecer a pessoa que nos ajuda na limpeza toda semana, culminamos com o Pai nosso. Pedimos por todas as crianças e por uma boa noite de sono.

Bom, no princípio ela mamava enquanto eu orava sozinha por ela. Há um mês eu começava sozinha e no meio ela parava de mamar e ficava me observando firmemente. Mas agora ela já reconhece Deus. Enquanto mama, inicio “Papai do céu, obrigada...”. Isso basta para ela deixar de mamar, abrir amplo sorriso olhando-me nos olhos ...e acompanhar-me assim até o final.

sábado, 29 de maio de 2010

Aninhada no pai

Maria está lá em nossa cama, aninhada no pai. Todas as manhãs ela vai pra nossa cama depois do resmunguinho habitual. Esta manhã levei-a para lá, ela mamou, ajeitou-se formosa no meu travesseiro e dormiu. Mãe perdeu o lugar.

Fiquei me lembrando de quando eu era criança, nos fins de semana na casa dos meus avós, me deitava entre eles todas as manhãs. Então minha vó se levantava para fazer o café da manhã e eu ficava com meu vô Lins, deitadinha. Era uma delícia.

Em casa também era assim. Sempre que podia me enfiava na cama dos meus pais. Depois minha mãe também ia preparar o café e eu aproveitava mais uns minutos de papai.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Mãe com sono

E então é assim: chega a noite, Maria dorme e eu não duro nada acordada depois disso. Não são nem 8 da noite e me sinto detonada.

Desde que nasceu, Maria já me premiou umas quatro noites com sono ininterrupto. Mas em geral ela ainda mama por volta das 4 horas da manhã e desperta com toda energia por volta das 6. Um pouco antes às vezes. Hoje de manhã acordei desejando firmemente dormir uma noite completinha e acordar quando meu sono acabasse.

Mas não posso me queixar, Maria Eduarda é boa menina. A impressão que me dá é que a cada mês acontece um upgrade. Aprende coisas novas e se comporta dentro de padrões mais previsíveis. Já conheço como ela dá uns resmungos e passa a mão no rostinho quando quer tirar uma soneca. Então basta dar um abracinho e colocá-la no berço. À noite é pontual como uma inglesa. Dá umas 7 horas e vai acabando suas pilhas. Quando acorda pela manhã não chora, apenas resmunga, chamando.

Esta semana ela tomou o reforço da vacina tetra, rotavirus e polio. Uma noite de febre e duas crises de choro. Já me parece bem.

Cumpriu 4 meses no dia 21 e há dez dias passou pela pediatra. Estava com 65 cm e pesando 6,160Kg.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Sorrindo

Minha pérola!

domingo, 9 de maio de 2010

Carmem Miranda e bola de Rugby

Pequena Carmem Miranda

Com sua primeira bola de Rugby, esporte do pai.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Maria perigosa e rabo de girino

Maria ostenta novo look!

Desde que nasceu, Maria tem muito e longo cabelo. Passeou com a juba intacta nos dois primeiros meses, mas há uns 20 dias começaram a cair muitos fios. Cairam tanto que na frente mostra entradas como as do Mikey. Na parte de trás, bem no centro, uma faixa horizontal de careca. E logo abaixo, na nuquinha, havia um tucho de cabelo de uns 6 centímetros de comprimento. Um penteado meio Chitãozinho e Xororó nos velhos tempos. Pois ontem resolvemos cortar aquele rabo de girino, pra ficar proporcional à meia careca. O cabelinho da nuca agora tem 2 centímetros. Os novos fios que estão aparecendo são mais claros. Um castanhinho meio louro-vermelho.

Maria está saudável, ativa. Sustenta muito bem seu pescocinho, me dá alguns sustos sobre o trocador e derruba diversas coisas que hoje, definitivamente, foram tiradas de cima dele. Hoje enquanto eu colocava suas roupas ela foi “empurrando-se” com os pezinhos e quando me dei conta sua cabeça estava pra lá da beirada, a ponto de despencar. Ela está perigosa! Não confio mais em deixá-la no meio da minha cama sem supervisão, pois ela vira como um ponteiro de relógio. Sozinha agora apenas no berço ou no chiqueirinho. O bebê conforto está ficando pequeno. Suas pernas pendem pra fora.

Há 12 dias fomos à pediatra. Media 63,5cm e pesava 5,5kg. No próximo mês começará a comer frutinhas.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Maria, vida e visão de mundo

Desde que Maria nasceu (na verdade antes) estou mais atenta à vida. Não propiamente a minha vida, mas VIDA, num modo amplo, biológica e espiritualmente falando. E também estou mais humana, com H.

Quando descobri minha gravidez, passei horas assistindo vídeos da concepção e desenvolvimento fetal. Aquela minusculeza dividindo-se e multiplicando-se me deixou embriagada de vida. Maria estava assim dentro de mim, em transformação milagrosa, um serzinho abrigado e nutrido. Nasceu de corpinho perfeito, alojando sua alminha simpática. A visão daquele bebezinho sensibilizou-me até o último fio de cabelo e sensibiliza-me a cada dia.

Sempre tive respeito por deficiências, física ou mental. E sempre censurei-me severamente quando algum pensamento menos nobre passava em flash pela minha cabeça. Ainda mantenho o respeito, mas agora que sou mãe tudo mudou.

Nestes dias há uma propaganda na TV, sobre uma instituição, que mostra crianças nascidas sem braços. São tão sorridentes, tão cheias de vida, tão... crianças... Imediatamente penso: poderia ser minha filha. Já outro dia no supermercado um adolescente com alguma deficiência mental falava sozinho e ria. Pensei: poderia ser meu filho. Me encho de compaixão.

Minha visão da infância tornou-se tão sagrada que ver as tantas barbaridades que acontecem contra crianças me angustia o coração. A de hoje foi uma notícia sobre um aborto induzido na Itália em que o feto nasceu vivo e não prestaram socorro a ele. Seguia vivo 24 horas depois mas sem o auxílio não sobreviveu. Senti tristeza e impotência. Deixaram esvair-se a vidinha daquele corpinho já traumatizado pelo aborto.

A maternidade me deixou assim. Cada madrugada de silêncio que estou amamentando me sinto unida a todas as mães. Fico imaginando quantas não estariam na mesma posição naquele mesmo instante. E sinto que Maria está unida a todas as filhas e filhos do seu tamanho. Acho que por isso mesmo me dói tanto ver bebês sofridos.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Amamentação, mamadeira e chupetas

Estimo que contribuo com uns 20% da alimentação de Maria. O restante é suprido pela Nestlé.

Quinta passada fomos à pediatra. Maria está na média de peso para sua idade e acima da média da altura. Então está magra. Então deve mamar mais!

Desde que nasceu dou seu complemento com a ajuda de uma sonda e, quando há algumas semanas começamos com a mamadeira, ela a princípio não gostou do bico. Estou acostumando-a desde então a mamar na mamadeira uma ou duas vezes ao dia. Comecei a introduzir a mamadeira já pensando que daqui a 3 semanas ela iniciará no berçário e não haverá outra forma.

Hoje estávamos mamando felizes na mamadeira quando ela abriu o berreiro. Achei que alguma coisa estava doendo, haviam lágrimas. Coloquei no peito e ela seguiu sua mamada satisfeita. Troquei o bico da mamadeira pela sonda e ela tomou a metade do leite que faltava.

O mesmo acontece com a chupeta. Quando ela chupa todos os dedos, a mão inteira, não me importo. Mas quando ela insiste no dedão eu insisto na chupeta... ela fica irritada com a troca e despreza a chupeta. Até comprei um outro modelo, simétrico. Nada.


 
Pois quis saber qual era o lance do dedão e coloquei o meu na minha boca. Delícia. Encaixe perfeito. Por que não inventam uma chupeta em forma de dedão?

domingo, 25 de abril de 2010

Foto da pequena

Maria com quase três meses.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Berçário

Dia 21 Maria cumprirá 3 meses. E então, mais um mês e volto ao trabalho.

No primeiro mês de vida dela, em que eu andava mais morta que viva nas mamadas madrugada adentro, rezei por 6 meses de licença maternidade. Agora que o estado zumbi passou, e que Maria dorme a noite toda, sinto-me bem disposta para voltar ao trabalho. Daí vem o dilema: onde deixar Maria?

Fomos hoje conhecer o berçário para onde possivelmente ela irá. Gostei. Tudo muito limpo, arejado, calmo. Uma funcionária foi nos mostrando cada espaço e explicando as condutas... até que chegamos ao berçarinho, onde ficam os pimpolhos do tamanho da Maria. Pelo vidro fiquei checando a dedicação, a atenção e mesmo o carinho das cuidadoras. Uma menininha de uns 5 meses estava no trocador, recém banhada, tendo seu body e mijão colocados. A pimpolha parecia bem e familiarizada. Foi tirada do trocador e colocada no colchonete no chão, com outra criança e outra cuidadora. Abriu um sorriso.

Fiquei imaginando minha Maria ali. MINHA Maria!

Tentei identificar que sentimento era aquele que me possuía, indomável. Eram ciúmes. Ciúmes de pensar em outra pessoa recebendo seus sorrisos, sentindo suas mãozinhas em torno do pescoço, acudindo seus choramingos, ganhando sua confiança, vendo-a dormir e acordar. Tudo no meu lugar.

Tenho mais 40 dias para administrar meus sentimentos. Que difícil.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Amamentação, o prazer depois do calvário


Desde o primeiro dia em casa Maria dorme em seu quarto. Depois de nosso ritual de todas as noites, de beijinhos e de abracinhos de boa noite, coloco-a levemente desperta em seu bercinho. Ela chupa uns dedos, às vezes fala umas coisinhas, fica em transe e dorme sozinha. Acho positivo que seja assim pois tento educá-la para ser independente. Mas é verdade que me dá uma sensação de perda perceber que ela não precisa de mim para dormir. De novo um problema mais meu que dela.

Hoje fizemos nossa primeira sessão de massagem, com óleo mineral. Deitei-a peladinha numa fralda e nunca pensei que ela gostaria tanto. Ficou cheia de sorrisos e percebi que foi todo um êxito. Durou uns 7 minutos.

Ando meio preocupada com essa coisa de chupar os dedos. Maria não gosta da chupeta. Tentei. De uns dias pra cá ficou mais intensa essa coisa de sugar as mãos. Acordo no meio da noite ao som do “chup chup”. Vou para o quarto dela e dou de mamar com ela dormindo.

Amamentar tem sido muito bom. Não li muito a respeito da amamentação quando estava grávida. Acreditava que o bebê nascia, bastava colocá-lo no seio e o leite desceria dali a poucas horas, numa experiência de puro prazer. Tudo lindo e poético, como nessas fotos de revista. Pois o que ninguém conta é que no início a amamentação é um martírio. Nos primeiros dias minha vontade era pegar uma carona num cometa e desaparecer, com os peitos em chamas. Maria tem uma sugada forte, que chamo carinhosamente de “martelada”. Pois assim era: a cada mamada sentia que martelavam meus mamilos. Ficaram tão sensíveis que parecia que explodiriam a qualquer momento. No dia em que a pele saiu (e Maria engoliu), brotaram lágrimas dos meus olhos. Pomada, leite, banho de sol. Tudo paliativo. O que cura mesmo é mamar e mamar, até formar uma pele de couro de jacaré em substituição à pele perdida. Foram uns 12 dias de calvário.

Não tenho tanto leite quanto gostaria e isso foi (ainda é?) motivo de frustração nas primeiras semanas. Tomei de tudo: plasil, cerveja preta, canjica, canja de galinha, chá de erva doce, água inglesa, mil copos de água. Maria começa a mamada a todo vapor e dalí a uns 5 ou dez minutos, começa a dar tapinhas e soquinhos no meu peito, desesperada por mais leite. Complemento suas mamadas com Nan e com o auxílio de uma sonda no canto de sua boca. Maria continua sua mamada. Nem percebe o artifício.

sábado, 27 de março de 2010

Maria, mamãe também é gente!


Maria está toda uma moça. Esta semana resistiu lindamente à febre pós vacinas. Ainda que em alguns momentos fez charme para ganhar afagos, pareceu-me bem-humorada. Dormiu um monte. Quando ela dorme muito sinto saudades. Vou beijá-la na cama.

Nossos dias são sempre parecidos. Estamos seguindo uma rotina há mais de um mês e já colhemos alguns frutos: ela dorme sempre pouco antes das 8 horas da noite, depois do banho, da mamada e do Pai Nosso. Só acorda 7 horas depois, para mamar. Depois dorme novamente até às 6 horas. Acorda cheia de energia. Então venho para a sala com ela, dou de mamar, falamos, brincamos, tomo meu café, dou seu banho, saimos passear de carrinho e por aí vai. Quando são 9 horas da manhã a minha sensação é que o dia já está velho.

Assustador pensar que março está acabando. Não fossem os desfiles das escolas de samba nas mamadas da madrugada, diria que fevereiro não existiu. Em menos de dois meses volto a trabalhar. Sinto falta do trabalho. Na verdade já me sinto dividida. Esta semana passei a noite sonhando com alunos e aulas. Acordei preocupada sobre como lidar com Maria depois do retorno. Sentirei culpa?

Sempre li sobre a culpa que sentem as mães. E também sobre outras culpas que colocam sobre elas. Inevitável sentir culpa. A primeira foi quando me dei conta de que teria que complementar as mamadas com leite artificial. Já outra noite fui a uma aula de hidroginástica e não a vi adormecer. Morri de culpa (talvez ela nem tenha notado minha ausência, mas eu senti a dela).

Às vezes a culpa vem quando me sinto muito cansada, o que me gera algum mal humor. Vem também quando me pergunto: “e eu?”, pois me sinto egoísta. Outro dia olhei pra ela e disse: “Maria, mamãe também é gente!”. As prioridades são todas dela. A fome dela vem primeiro, o sono dela vem primeiro, o cocô dela vem primeiro (o de hoje no meio do banho, com Eduardo acudindo a nós duas). Mas Maria está sim uma moça. Calma e viva. A cada dia é melhor. A cada dia nos conhecemos mais.

domingo, 14 de março de 2010

A paternidade transforma o homem


Nunca fui fã de lagartixas. Quando me apavorava Eduardo sempre vinha com o discurso do auto-controle, mas nunca me socorreu.

Hoje Maria estava dormindo em seu berço e uma lagartixinha estava no teto (me pergunto como ela veio parar no décimo andar). Apenas comuniquei o fato. Menos de trinta segundos depois estava ele, munido de macheza e vassoura. Foi espantando a pequena até sair pela janela. Maria estava a salvo.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Vida com um bebê de 5 semanas


Esta semana cheguei a um estado de cansaço em que todo o meu corpo dói e meus olhos querem fechar sozinhos. Minha casa não está necessariamente limpa e organizada. Faxineira doente e noites mal dormidas. Não consigo atender às demandas sociais; responder e-mails, dar um telefonema, encontrar pessoas, dar atenção aos amigos. Acho que estou num momento de recolhimento. Quando dormirei uma noite completa e acordarei suavemente depois das 6h?

Maria está um encanto. Começou há uns dez dias com tímido sorriso em retribuição ao meu. Agora retribuimos os sorrisos dela, a cada dia menos desajeitados. Ainda não acontecem a todo momento, mas são cheio de charme. Ela está com um mês e uma semana. Pesando quase um saco de arroz, o que deixa meus braços bambos.

Sempre pensei que mães que diziam que o dia passava e praticamente não iam além de cuidar do bebê, eram pessoas desorganizadas. Neste pouco tempo já pude comprovar todas as verdades que eu acreditava mito: que os bebês crescem vertigionosamente e perdem roupas muito rápido; que sujam fraldas na mesma intensidade com que mamam; que o dia voa e praticamente dou de mamar, conversamos e brincamos um pouco, faço seu asseio (e o meu também) e cozinho. As orientações que recebo sugerem que devo dormir ou descansar sempre que ela dorme. Quase impossível! Sempre tenho assuntos a tratar e tarefas domésticas... minhas tentativas de soneca são quase sempre frustradas.

Ainda estamos nos conhecendo e muitas vezes peno. Fome, dor de barriga, cansaço, carência, manha? Quinta passada estávamos num congestionamento horroroso e era quase hora de ela mamar. Começou um chorinho que foi se intensificando. Os carros não saíam do lugar e os berros e as lágrimas se potencializaram tanto, que viraram engasgos. Me pus a chorar também, dando seta para enfiar-me na primeira rua em que pudesse estacionar. Consegui depois de alguns minutos de angústia. Amamentei por 20 minutos, até ela dormir, exausta.

Maria já reconhece minha voz. Reconhece a música de um brinquedo que a faz dormir e gosta de acompanhar seu móbile com os olhos. Está bochechuda e sua pele está mais lisinha, sem as espinhinhas das primeiras semanas. Adora dormir de barriga para baixo.

Maria é linda... Carregamos o bebê por 9 preciosos meses, e quando nasce tem a boquinha do pai. E a orelha do pai. E os olhos. Até as sobrancelhas.


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Monólogos (estranhos) do pai

Eu enchendo a banheirinha da Maria e Eduardo conversando com ela:
"Vas a bañarte en la tina, como Cleopatra... pero no en leche, vas a bañarte en agua". (Você vai tomar banho na banheira, como Cleópatra... mas não em leite, vai tomar banho na água.)

...

Eu na cozinha, apenas escutando:
"¿De quién son estos cachetitos de marrana flaca? ¿De quién son estos cachetitos de marrana flaca?" (De quem são essas bochechinhas de porca magra?)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O parto, Maria e peitos


Amanhã nossa filha cumprirá duas semanas de vida fora da barriguinha. Às vezes olho pra ela e custo a acreditar que ela é a mesma que eu sentia dentro de mim. Mexe muito bracinhos e perninhas. Soluça a toda hora. Algumas vezes procura o peito com sofreguidão, como se ele fosse fugir.

Os últimos dias de gestação foram difíceis. Psicologicamente difíceis. Fisicamente, apenas o cansaço. Desde 1º de janeiro esperava pelo sinal de que ela chegaria. Intensifiquei caminhadas, aconselhei-me com minha doula, fiz acumpuntura, conversei com Dr. Alfredo, fiz exercícios na água... Queria um parto normal e uma possível cesária me arrepiava os cabelos.

Estava com mais de 40 semanas quando Dr. Alfredo agendou o cheque mate. Dia 21 faríamos a indução, com 41 semanas. Iniciamos a indução ainda na madrugada, acreditando que dali a um tantinho começaria a sentir as contrações. Apenas algumas cólicas esparsas. Internei às 7:30h e aplicamos os comprimidos mais três vezes ao longo do dia (um comprimido relativamente grande, colocado no fundo da vagina). Caminhei, almocei, cochilei. Nenhum sintoma que me fizesse alarmar. Comecei a ficar ansiosa.

Às 19:30h eu estava com 1 cm de dilatação. Dr. Alfredo recomendou a cesárea, com ares de paizão. Fui para o centro cirúrgico entre lágrimas. Pavor. Enquanto estava curvada e o anestesista “desinfetava” a pele das minhas costas, eu pedia a Deus pra tudo dar certo. A enfermeira segurava nos meus ombros e aqueles minutos pareceram eternos. Deitei e as pernas esquentaram, depois formigaram. Depois umas pressões aqui e ali. Desinfetaram a barriga. Acho que também as pernas. Passaram uma sonda pela uretra. Eu disse “Dr. Alfredo, espere mais um pouco, ainda sinto alguma coisa”.

O anestesista era um bom narrador, foi me contando tim tim por tim tim cada detalhe até o nascimento da Maria. Ele disse ao Eduardo, “pode ligar a câmera, porque vai nascer”. Eduardo estava em êxtase. Ele que fala relativamente pouco e discretamente, dizia alto “Maria, Maria, olhe pro papai”. Eu, entre lágrimas e soluços.

Quando ela nasceu me senti tão aliviada que assim que ela saiu da sala com o Eduardo e com a pediatra, passei a rir e gargalhar.

A coisa mais estranha de estar anestesiada (e consciente) foi ver a minha perna erguida lá pro alto e não senti-la, enquanto a enfermeira me manipulava. Parece que não era parte de mim. Acabou a cirurgia e imediatamente passei a sentir coceiras horrorosas. Começou simultaneamente nas duas axilas.

Fiquei umas quatro horas na sala de recuperação. A uma da manhã fui pro quarto. Uma meia hora depois entrou uma enfermeira empurrando um bercinho de acrílico. Ela pôs Maria Eduarda em meu braço direito para mamar. Indescritível a emoção que senti. Disse “Oi, filha. Como você é linda”. Não pude parar de chorar e assim permaneci toda a primeira semana. Emoção irreprimível cada vez que me lembrava desse nosso primeiro contato íntimo, apenas nós, quietinhas, quentinhas, abraçadas.

Nestas duas semanas parece que entramos em um turbilhão, num tempo paralelo. Tudo voou. Nos fins de tarde da primeira semana eu entrava num estado “blue”, emotividade. Olhava pela janela, via o trânsito e pensava “nossa, a vida continua lá fora”. Esta semana a emotividade vem no nascer do dia, quando eu ainda desperta vejo a noite acabar sem quase pregar os olhos. Hoje, às seis da manhã, ainda na mamada começada às quatro, meus olhos estavam em órbita. Numa mistura de sonho e realidade pensava se o Eduardo não teria algumas glândulas mamárias atrofiadas, como um vulcão adormecido, esperando um fator desencadeante para a produção do leite. Fiquei ali, Maria sugando e eu de olhos fechados imaginando o Eduardo de seios fartos e férteis (e peludos).

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Maria Eduarda chegou

Maria Eduarda nasceu dia 21, às 20:25h.
Pesou 3,630Kg, com 51 cm. Recebeu Apgar 9/10.
Tem muito cabelo preto, como nos meus sonhos. Estamos encantados, apaixonados!

domingo, 17 de janeiro de 2010

40 semanas e meia


Me perguntam a todo momento se ela já nasceu. Posso dizer que passei a noite amamentando, em sonho. Primeiro a mama esquerda, depois a direita. Tudo correu bem, barriga com barriga, boa pega. Acho que ela ficou satisfeita.


Tenho sonhado muito. Ela sempre tem cabelinhos pretos.

Outro dia num sonho deixei-a sozinha, recém nascida. Fui jantar numa pizzaria. Cheguei em em casa desesperada pois deveria trocar suas fraldas. Amamentei. Noutro minha mãe faria meu parto e, numa casa antiga de assoalho de madeira, pari gêmeos, um era menino. Teve um outro com esquecimento: era em uma cidade européia (reconheci por uma ponte que não se encontraria por aqui). Atravessei a ponte com minha mãe, a pé. Muitas pessoas atravessavam com um teleférico. Mas eu e minha mãe achamos que caminhar seria mais simples. Do outro lado haviam vitrines lindíssimas. Quando vi uma roupa de bebê tentei alisar minha barriga e ela não estava lá. Lembrei-me que ela já havia nascido e me desesperei pois Maria Eduarda foi esquecida no hotel. Voltei correndo pela ponte. Teve um sonho ainda mais estranho: um armário novo dentro de um armário velho. Abri o armário velho para mostrar para minha mãe o que havia dentro. Acho que o armário velho sou eu, em comparação com Maria Eduarda que é novinha em folha. Nos sonhos minha mãe sempre aparece de uma maneira ou outra, sempre ali, como a mão mais forte. De qualquer maneira já pari e amamentei várias noites.

Minhas dores estão muito melhores que há 10 ou 15 dias. Tenho repousado e me sinto ótima. Repouso, caminhada, repouso e caminhada. Leituras sobre recém nascidos. Hoje reapareceu de mansinho a dor-de-abridor-de-garrafas. Esta semana tive uma crise de choro (quando ela nascerá? Eduardo ainda me ama e me amará? vai dar tudo certo? Serei mãe boa e paciente?). Fui consolada carinhosamente e ao fim havia um papai com uma camiseta encharcada de lágrimas e uma mamãe aliviada e pronta para esperar com tranquilidade.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Quase 40 semanas


Hoje acordei com “fogo na bunda”. Essa frase era da minha vó Lica, isto é, cheia de energia e vontade de fazer algo. Nem parecia que existe uma mega barriga aqui em baixo. 7 da manhã e eu já fazendo planos pra hoje e sorrindo pro sol. Piscina!!


Pus a mesa do café, fui cutucar o Eduardo na cama e às 8 já estavamos na água. Estar na piscina com essas quase 40 semanas é indescritível. Nada dói, as pernas não pesam, a lombar relaxa, os pés desincham e a barriga não é afetada pela gravidade, o que dá um bem-estar na bexiga (coisa raríssima nessas últimas semanas). Porém, na hora de por os pés na escadinha para desatolar das águas, parece que estamos com pedras nos ombros. Tudo pesa e a bexiga urra. Bom, o fogo na bunda já acabou há uma hora...rs. Estou com a pancinha de lado na cama.

Ontem à noite achei que estava caminhando pro desfecho da gestação. Fui dormir acabada, dolorida. E hoje acordo assim, como se nada tivesse acontecido. Toda noite me vêm dores suspeitíssimas. Muito curiosas as sensações desse finalzinho, às vezes leve e cheia de energia e às vezes mais lenta que bicho preguiça.

Compartilhando minhas sensações com minhas queridas amigas, recebo muito amor e apoio. E dicas. Acabo de ser brindada com estas, da Tati:

“Ah!!!!


lembrei de mais uma que me ajudou muito no parto (no trabalho de parto).

Lembram que fiz quase todo ele sozinha em Arthur Nogueira, pois achei que a dor ainda não estava no ponto e quando resolvi ir ao Hopsital (Caism da Unicamp) as contrações já eram quase contrações de parto (estavam de 5 em 5 min e as de parto acho que eram de 3 em 3 min). Bom, o motivo de eu ter conseguido não sentir dores intensas no trabalho de parto foi simplesmente respirar direito. A lógica é simples. Tudo deve estar bem oxigenado... e a mami deve estar calma.

Motivo da segunda - mami deve estar calma pois o parto para o bebe já é estressante... então quanto mais mami calma, menos um stress para o baby... e obvio deve-se priorizar o stress do neném (ai a gente já vai aprendendo quem passa a reger nossos esforços). Então tem que ficar calma, deixe que os médicos cuidam do resto, e principalmente a natureza (nosso corpo dá conta acredite)... à mãe cabe ficar o mais calma possível.

Agora a primeira - Aqui entra a respiração. Melhor que seja de qualidade. Minha médica disse que era bobagem tipos específicos de respiração (ex. tipo cachorrinho)... ela disse que eu tinha que respirar bem, profundamente, oxigenando o organismo...

E foi por conta desta orientação que resolvi durante hooooooras... (no mínimo das 2 da tarde até as 9 da noite) brincar de respirar profundamente toda a vez que vinha uma contração (o médico tinha me garantido que Tainazinha chegaria em um ou dois dias apenas). Me recostei bela e formosa na cama, depois de uma almoço de pratada, e a cada vez que sentia um sinal de contração chegando, como uma ondinha rasa que vem do mar e que aos poucos vira um tsumani, começava a respirar profundamente e com calma... como nos exercídios de coral (Dri, ja fez coral??). Inspirava abrindo espaço ´na barriga´ com o que se chama de respiração abdominal, e depois com o peito (respiração superior), mantinha ela assim e soltava bem devagarzinho. Várias vezes, sem pressa. Percebi que se fizesse esta proeza bem feita a dor da contração durava não 30 segundos, mas 10, 15 segundinhos...



Foi assim que cheguei em Barão com Tainazinha quase nascendo e sem precisar de anestesias.


A anestesia foi a calma e a respiração.



Moral da história:


A natureza dá conta.


Respire com qualidade


Reduza as variáveis de stress (prioriza o stress do neném, já está de bom tamanho)”



Estou, como digo, tranquila. Ansioso está o Eduardo, ontem a tarde parecia enjaulado e à noite com dores como as minhas. . E contando minutos nos dedos estão a mãe dele e meus pais.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Papais prontos para conhecê-la


Maria Eduarda está mexendo. E eu estou respirando.


Acordei há umas 3 horas para o xixi da madrugada. Em geral ela se ajeita depois disso. Hoje não. Voltei a deitar, esperando suas entusiasmadas manifestações. Passaram-se minutos e minutos. E muitos mais minutos e nada. Alisei minha barriga e falei com ela, em pensamento. Resolvi fazer um afago mais vigoroso. Quando me dei conta eu não respirava e ela não se mexia. Eu estava toda dura e com o coração acelerado. Vim pra sala comer uma cenoura, que engoli meio sem mastigar. Me ajeitei no sofá, deitada para ler. Há meia hora ela mexeu e tudo está tomado por calmaria.

Já escutei falar que os pais ficam em cima do berço pra ver se a criança está respirando. Sempre achei exagero. Acho que não.

Desconfio que ela se aprofundou mais na minha pelve. Às vezes meu osso púbico dói tando que parece que vai despregar e cair no chão. Estou andando com uma elegante ginga de pinguim.

Ontem Eduardo me ajudou a fazer um check list na malinha da maternidade. Depois cortei o cabelo e fiz as unhas. Já estou pronta para conhecê-la. Edu pensa que não reparei, mas há duas semanas está se barbeando com assiduidade. Estamos de 39 semanas e meia.