quinta-feira, 1 de abril de 2010

Amamentação, o prazer depois do calvário


Desde o primeiro dia em casa Maria dorme em seu quarto. Depois de nosso ritual de todas as noites, de beijinhos e de abracinhos de boa noite, coloco-a levemente desperta em seu bercinho. Ela chupa uns dedos, às vezes fala umas coisinhas, fica em transe e dorme sozinha. Acho positivo que seja assim pois tento educá-la para ser independente. Mas é verdade que me dá uma sensação de perda perceber que ela não precisa de mim para dormir. De novo um problema mais meu que dela.

Hoje fizemos nossa primeira sessão de massagem, com óleo mineral. Deitei-a peladinha numa fralda e nunca pensei que ela gostaria tanto. Ficou cheia de sorrisos e percebi que foi todo um êxito. Durou uns 7 minutos.

Ando meio preocupada com essa coisa de chupar os dedos. Maria não gosta da chupeta. Tentei. De uns dias pra cá ficou mais intensa essa coisa de sugar as mãos. Acordo no meio da noite ao som do “chup chup”. Vou para o quarto dela e dou de mamar com ela dormindo.

Amamentar tem sido muito bom. Não li muito a respeito da amamentação quando estava grávida. Acreditava que o bebê nascia, bastava colocá-lo no seio e o leite desceria dali a poucas horas, numa experiência de puro prazer. Tudo lindo e poético, como nessas fotos de revista. Pois o que ninguém conta é que no início a amamentação é um martírio. Nos primeiros dias minha vontade era pegar uma carona num cometa e desaparecer, com os peitos em chamas. Maria tem uma sugada forte, que chamo carinhosamente de “martelada”. Pois assim era: a cada mamada sentia que martelavam meus mamilos. Ficaram tão sensíveis que parecia que explodiriam a qualquer momento. No dia em que a pele saiu (e Maria engoliu), brotaram lágrimas dos meus olhos. Pomada, leite, banho de sol. Tudo paliativo. O que cura mesmo é mamar e mamar, até formar uma pele de couro de jacaré em substituição à pele perdida. Foram uns 12 dias de calvário.

Não tenho tanto leite quanto gostaria e isso foi (ainda é?) motivo de frustração nas primeiras semanas. Tomei de tudo: plasil, cerveja preta, canjica, canja de galinha, chá de erva doce, água inglesa, mil copos de água. Maria começa a mamada a todo vapor e dalí a uns 5 ou dez minutos, começa a dar tapinhas e soquinhos no meu peito, desesperada por mais leite. Complemento suas mamadas com Nan e com o auxílio de uma sonda no canto de sua boca. Maria continua sua mamada. Nem percebe o artifício.

3 comentários:

  1. Oi Adriana, nossa que coincidencias não?! Comentei com meu marido sobre seu comentario e lendo agora seu blog vi que não são apenas essas coincidencias apenas de nome e data de nascimento..Vc teve blues P.P.. e nosso ultimo post é sobre amamentação..nossa até arrepiei agora..destino?
    sua Maria é uma graça
    bjos

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  2. Que bom que ela dorme sozinha! Você se cansa menos e sobra mais energia pra amar sua filha. Uma tia do meu marido que é dentista disse que não há problema nenhum para o palato se a criança chupar o dedo até os dois anos. Depois disso é que atrapalha a dentição, por isso ainda é muito cedo pra se preocupar...

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  3. Oi Adriana,

    E também passei por todo este perrengue que vc falou sobre a amamentação... só que durou bem mais que 12 dias!
    Tomara que você consiga ir nos nossos encontros!
    Bjos
    Fabi

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