terça-feira, 19 de abril de 2011

Super Mammy e Maricota adormecida

Estou aqui, me remexendo no sofá, pensando em quantas vezes acompanhei as mães em Super Nanny, pondo seus rebentos na cama pela 89ª vez, sob o duro olhar da tia do laçarote no pescoço. Com meu julgamento afiado repetia em minha cabeça: como essa mãe (por que não pai?) deixou a coisa degringolar desse jeito?

Maria dormiu feito anjo até os seis meses. Eu seguia uma rotina impecável de colocá-la na cama sonolenta, porém desperta e ela dormia toda a noite, das 8h às 6h. Foi então que minha sogra veio para cá de mala e cuia passar as férias, no quarto colado com a Maria Eduarda. Nestas de querer (com)provar que sou excelente mãe não querer incomodar a visita, bastava Maria suspirar que eu estava em cima dela. Pois as férias chegaram ao fim, lá se foi minha sogra com a mala e a cuia e o que restou foi um bebê chorando de hora em hora.

Nesse ínterim, Maria passou a ficar com meus pais para eu trabalhar e os avós acostumaram-na a adormecer nos braços.

Dito e feito. Passei a ter um bebê que só adormece acompanhado e que acorda de hora em hora (que nem a telesena).

Até aí ainda não havia perdido o rumo. Foi então que no fim do ano Maricota adoeceu pela primeira vez e abrimos a concessão para ela dormir no “meinho”. Ela sarou e uma semana depois fomos nós, de mala, cuia e filha visitar a sogra. Sem berço, ela continuou dormindo na nossa cama por mais uma semana. Pronto: quase 10 meses dormindo formosa em seu bercinho e bastaram duas semanas de “meinho” pra coisa desandar.

Desde então ela dorme na caminha dela e lá pelas tantas abre um berreiro. Eu, morta de sono, faltando poucas horas para as 6h, apalpo aquele corpinho sentadinho em sua cama e levo-a, no escuro para minha cama. Lá ela fica um tempo num comportamento de minhoca (deve ter a síndrome das pernas inquietas, não é possível...), me apalpa, chupa o dedo, senta, deita, revira, desfere alguns chutes descontrolados.......... e dorme.

Pois hoje enxuguei o cuspe enorme que caiu sobre minha testa após anos a fio de cusparadas para cima, lembrei-me de Super Nanny com seus óculos e sua coleira-laçarote e pus Maria numa caminha de solteiro na altura do chão. Protegi devidamente as paredes para amortecer os golpes de minhoca e pus a bichinha deitada. Deitei-me com ela. Coloquei-a de volta deitada umas 30 vezes. Saí de lá na pontinha dos pés. Chorou uma vez e Eduardo foi fazer as vezes. Deu um chorinho breve agora mesmo.

Estou com o propósito de manter-me firme. Veremos se Super Nanny tinha razão.

Um comentário:

  1. Adriana, a mudança de sono pode ter tido a ver com as alterações na rotina, mas não necessariamente. Concordo com algumas recomendações da Supernanny e da Encantadora de Bebês, mas elas às vezes fazem parecer que as crianças são previsíveis. Elas se desenvolvem e mudam o tempo todo, e com isso os padrões de sono podem se alterar. Aqui em casa Emília passou a acordar a noite inteira aos 8 meses, e só passou com 1 ano. Não fizemos nada diferente que justificasse essa mudança (tirando o fato de que voltei a trabalhar quando ela tinha 7 meses). Como tudo na maternidade, passa. É só ter um pouco de paciência e muito amor!
    Bjos

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