Desde que Maria nasceu (na verdade antes) estou mais atenta à vida. Não propiamente a minha vida, mas VIDA, num modo amplo, biológica e espiritualmente falando. E também estou mais humana, com H.
Quando descobri minha gravidez, passei horas assistindo vídeos da concepção e desenvolvimento fetal. Aquela minusculeza dividindo-se e multiplicando-se me deixou embriagada de vida. Maria estava assim dentro de mim, em transformação milagrosa, um serzinho abrigado e nutrido. Nasceu de corpinho perfeito, alojando sua alminha simpática. A visão daquele bebezinho sensibilizou-me até o último fio de cabelo e sensibiliza-me a cada dia.
Sempre tive respeito por deficiências, física ou mental. E sempre censurei-me severamente quando algum pensamento menos nobre passava em flash pela minha cabeça. Ainda mantenho o respeito, mas agora que sou mãe tudo mudou.
Nestes dias há uma propaganda na TV, sobre uma instituição, que mostra crianças nascidas sem braços. São tão sorridentes, tão cheias de vida, tão... crianças... Imediatamente penso: poderia ser minha filha. Já outro dia no supermercado um adolescente com alguma deficiência mental falava sozinho e ria. Pensei: poderia ser meu filho. Me encho de compaixão.
Minha visão da infância tornou-se tão sagrada que ver as tantas barbaridades que acontecem contra crianças me angustia o coração. A de hoje foi uma notícia sobre um aborto induzido na Itália em que o feto nasceu vivo e não prestaram socorro a ele. Seguia vivo 24 horas depois mas sem o auxílio não sobreviveu. Senti tristeza e impotência. Deixaram esvair-se a vidinha daquele corpinho já traumatizado pelo aborto.
A maternidade me deixou assim. Cada madrugada de silêncio que estou amamentando me sinto unida a todas as mães. Fico imaginando quantas não estariam na mesma posição naquele mesmo instante. E sinto que Maria está unida a todas as filhas e filhos do seu tamanho. Acho que por isso mesmo me dói tanto ver bebês sofridos.
Acho que agora que somos mães, o sentimento só fica maior, mas esta notícia é de causar repulsa em qualquer pessoa de bom coração.
ResponderExcluirQue triste.
Li a matéria. Que horror.
ResponderExcluirParabéns pelo post, me emocionei do início ao fim. Sou mãe a exatamente doze dias e é assim que me sinto, conectada de alguma forma a um sentimento maior, sem fronteiras e limites.
ResponderExcluirOlho meu filho e penso nas milhões de crianças que não tem o calor de suas mães, seu cuidado e proteção.
Não entendo como podem fazer mal a estes anjos...
Uma vida é sempre vida, olhar bondoso do nosso Deus. Vida de qualquer jeito, pois Deus dará um jeito amoroso neste pequena vida. Compartilho a dor, repudiu o aborto. Vida é Deus.
ResponderExcluirAbraços perfumados
Regina