sábado, 19 de setembro de 2009

Dormindo com um rinoceronte - De 04 de setembro

São 2 e 51 da madrugada. Assisti ao Jô comendo uma banana. Fui ler às 7 da noite e... dormi, acordei à uma. Agora mesmo só penso em figos frescos fatiados com mel por cima.
Em geral tenho tido noites de sono maravilhosas nas últimas semanas. Exceto por alguma agitação em uma madrugada, quando eu dormia placidamente e dedinhos me cutucaram. Virei de lado e voltei a dormir. No segundo cutucão eu disse: “dá pra parar de me acordar?” Passei uns 20 minutos desperta e voltei a dormir, gostosamente. Não tardou e o Eduardo parecia um rinoceronte-canguru se virando na cama... acordei pela terceira vez e soltei o verbo (eu que ando menos paciente): “pare de pular desse jeito que você me acorda!”. Imediatamente caí no sono. Eu estava em transe.
Na manhã seguinte ele veio me dar beijinho na cama antes de ir trabalhar. Sinceramente eu não me lembrava do último xingo da madrugada, recordava apenas dos cutucões (depois forcei minha percepção e creio que outros cutucões aconteceram em noites anteriores). Aproveitei pra dizer que ele estava me incomodando na madrugada, quando ele me revelou: “mas eu te acordo porque você não respira...” Caí na gargalhada. Expliquei que meu nariz anda destrancado e estou dormindo feito anjo e não preciso ser importunada... Se ele quer se certificar que continuo viva basta me abraçar com delicadeza, que darei algum sinal vital. Não precisa pular. Resumindo, depois disso ele está mais disposto ao longo do dia. Fazia quase um mês que ele andava meio zumbi mas eu não sabia que era por noites mal dormidas, em vigilia...
Dia primeiro cumpri 21 semanas de gestação e foi um marco: Maria Eduarda mexeu mesmo. Eduardo pôs a mão e sentiu. Acho que todo mundo já sentiu a pálpebra pulsar, involuntariamente. Pois comecei a sentir algo assim, lá dentro, e de repente algo mais forte, simultaneamente em dois pontos opostos. Não tive dúvidas.
Ontem eu teria obstetra mas depois do furacão ele me ligou que não havia eletricidade e remarcou para amanhã.
Sobre meu estado de alma, me sinto muito mais segura que no início da gestação. Não estou mais aterrorizara, afoita atrás de informação, como se eu pudesse engolir de uma só vez algo que me deixasse em paz. Me sinto tranquila, adorando essa minha pancinha proeminente, em baixa sexual ainda que me sentindo adorável. Hoje entre uma e outra frase do Jô meus pensamentos divagavam (tenho estado assim, menos focada nas coisas), quase numa retrospectiva de toda minha vida... e me veio uma sensação irreprimível de perpetuação. Nada que me ponha em risco. Acho que é pelo mesmo motivo que meu rinoceronte-canguru tem me despertado alerta e, ainda que nada sutil, muito amoroso.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Maria Eduarda - De 14 de agosto

Para quem não sabe ainda, aqui na barriguinha mora a Maria Eduarda, agora com 18 semanas. Deve estar pesando uns 200g... pouco mais que uma maçã rechonchuda. Lembro, antes de mais nada, que ela não é meu bebê, mas NOSSO bebê, meu e do Edu...rs
Sábado passado fiz alguma coisa estranha quando estava jogada no sofá e algo saiu do lugar, minha coluna lombar gritou feio. Nervo ciático. Passei uma semana entre gemidos (literalmente). Sentar-me era quase impossível. Em pé ou deitada era menos pior. Um dos dias declarei que não ia esbarrar o corpo na cama e passei o dia em pé arrumando livros e papéis. Ontem antes de ir dormir fiz alguma coisa estranha no sofá e algo entrou no lugar. Hoje sinto apenas um resquício de onde existia a dor, como quando batemos a perna e fica meio roxo. Estou sentada, enfim.
Com essa de estar dolorida, também andei meio irritada e irritável. Fiquei pensando em minha cachorra que até os dois anos de idade foi um doce. Então emprenhou dos 9 cachorrinhos e seu humor começou a modificar. Ficou mais alerta. Não leva desaforos de outras cadelas nem de cães com fungadas suspeitas e mostra os dentes sem o menor pudor. Não me sinto e não sou ranzinza como a Miguelita (acho que ela já é uma senhorinha), mas ando mais “ligada”. Minhas amigas mães dizem que ficamos mais protetoras. Deve ser isso... lembrem-se, aliás, que minha barriga é o centro do universo...
Só sei que nessa semana de passar o dia meio deitada, comecei a sentir mais nitidamente coisas estranhas na barriga. Como são sensações inéditas, deve ser a pimpolha se exercitando. O médico disse que se a esticássemos, teria por volta de 20 cm. Da última vez que a vi, estava encolhida como uma muçulmana, dormindo. Então cutucamos até ela acordar, e ela se espreguiçou. Linda.
Agora quando me deito de barriga para cima tenho uma montanhinha entre os dois ossinhos do quadril. Parei de deitar de barriga para baixo no domingo passado, me senti amassando algo.
Das arrumações da casa, já separei um nicho da estante, o mais baixo, para os livrinhos dela. Já temos alguns. Também penduramos em seu quarto um quadro bordado a lã, com uma linda paisagem, naïf, feito pela vó do Eduardo (podemos ver ali a cordilheira, com neve).

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O bebê existe mesmo - De 09 de julho

Estou com pouco mais de 13 semanas e me sinto barrigudinha. As últimas duas ou três semanas foram de melhora, dia-a-dia.
Tenho acordado me sentindo magnífica. Comparei meu bebê a uma injeção matinal de fluoxetina. O dia nasce lindo com sol ou chuva, tomo meu café da manhã e me sinto bem, sem enjôos, sem tonturas e nem nada que possa abalar meu bem-estar. Almoço e me sinto bem, porém ao longo da tarde vai dando um cansaço. Nas noites (umas 7 horas) estou mais chatinha, meio chorona, querendo me deitar. Ontem dormi às oito. Mas de fato, posso notar a sensação de melhora dia-a-dia. Às vezes tenho insônia. Hoje tive.
Minhas últimas semanas foram também de angústia. Não sabia se devia ou não permanecer com o mesmo médico e decidi experimentar outro. E gostei, falei sobre parto, sobre minhas preferências. Assunto que não pude abordar satisfatoriamente com o outro médico. Fiz uma consulta muito esclarecedora e pude, enfim, numa transvaginal, ver o bebê.
Ver o bebê é mágico. Até então eu não sabia se ele estava lá mesmo, se era um “ovo cego”, se não era gravidez psicológica. Até então sabia que em geral as mães gostam de seus bebês e que eu deveria gostar dele. Mas vê-lo é apaixonante. Bracinhos, barriguinha, cabeção, pernicas. Tudo ali. E um coração batendo e batendo e batendo. Está mesmo dentro de mim?
Depois de dois dias fiz a translucência nucal e tudo vai bem. Por um acaso encontrei com meu pai que nos acompanhou no exame e ficou todo emocionado de escutar o coraçãozinho.
A partir desse momento comecei efetivamente a pensar. Tenho um bebê e serei mãe. Continuo minhas leituras elucidadoras sobre gravidez, partos e recém-nascidos. Ainda que acredite que toda teoria não se compara à prática, tenho adorado.
Fizemos a primeira compra para o bebê. Um sapatinho encantador, laranja e amarelo.
As últimas notícias são que daqui a uma semana saberemos o sexo, que meu sobrinho nasceu há dez dias e que serei tia novamente.

Estado de graça? - De 12 de junho

Quando eu escutava falar em gravidez, pensava num estado de graça: só alegria, satisfação plena, planos, projetos e vontade de comer coisas interessantes. Na minha ignorância acreditava que, principalmente, a mulher engordava, os seios cresciam e podia ocorrer pressão alta e inchaços. Sabia que a mulher fica cansada nos últimos meses.
Amanhã fará um mês que sei que estou grávida. Logo que soube, aproveitei uma semana do estado de graça. Tudo muito colorido, algumas pessoas muito próximas pra quem contei arreganharam seus dentes até a gengiva, em sorrisos francos e palavras de amor. Olhava minha barriga a cada oportunidade pra ver se podia ver alguma coisa. Me senti divina.
Dez dias depois começaram os verdadeiros sintomas. Meus enjoos subiram do nível 2-3 pra outros mais avançados, chegando ao pico. Alguma tontura. Emagreci significativamente. Fiz algumas leituras e verifiquei a instabilidade da gestação do primeiro trimestre, os problemas que podem acontecer, as estatísticas.
No início acordava com enjoo e ele às vezes melhorava ao longo do dia. Agora estou acordando bem e pioro ao longo do dia.
Quando me dá fome, é algo profundo. Uma necessidade a ser satisfeita instantaneamente. Dá uma fome dolorida, terrível, mesclada com enjoo. Então como. Passa a dor da fome e fica só o enjoo.
Não sei como é na casa dos outros, mas na minha cabe a mim o planejamento das refeições. Só de pensar em prepará-las me dá uma “estranheza estomacal”. Não sinto nem o gosto e nem o prazer em minha comida. Ontem fiz almoço e o Du disse que estava ótimo. Comi para cumprir com a nutrição do meu bebê. Eu só sentia o gosto do sal. Nem passei perto dos aromas do alho, da cebola, do pimentão, do tomate e do cheiro verde. Apenas meu arroz estava explêndido (em geral nunca fiz arroz muito bem... estranho isso). Fiz outro dia um feijão preto e não comi. Não consigo nem pensar nele que me embrulho. Dei o restante do saquinho pra minha mãe. Em compensação, comida de outras pessoas me parecem apetitosas, suculentas.
Sobre outros aspectos me sinto sim peituda, com os bicos dos seios mais proeminentes e sem alteração de cor. Minha barriga está levemente mais projetada e dura.
Acordo com mais sede que o normal.
Também estou mais dentro da toca, dentro da minha casa e da casa da minha mãe. Posso passar o dia enfiada embaixo das asas dela. Fazia anos que não me sentia assim. Estou louca pra ver meu pai (ele ainda não me viu grávida consciente da gravidez). Estou assim, com vontade de ficar pertinho dos meus irmãos, pais e marido.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Diálogos

Nós de carro fazendo um retorno na avenida aqui perto de casa:

Du- olha, agora tem balé ali na academia, olha as crianças. (umas pimpolhas de uns 4 anos, todas de roupinha frufru, estavam com a professora bem na porta)
Eu- verdade, se for menina a gente pode trazê-la.
Du- e se for menino e ele quiser, trazemos também.

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Nós depois de descobrirmos que é uma menina e du organizando umas coisas em meio às duas bolas de rugby:

Du- vou ensiná-la a jogar rugby.
Eu- ensine com delicadeza, nada de hematomas.

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Nós na cama, ambos de barriga pra cima, fazendo uma siesta:

Du - por que você diz "meu bebê" e não "nosso bebê"? É meu também.
Eu - sei lá, acho que porque está na minha barriga. Mas a menina é nossa, vou prestar mais atenção para não dizer "meu"...

Ele virou pro outro lado e passou-se uns 15 minutos. Achei que ele tinha cochilado. Ele desvirou e olhou pra mim. Eu de olhos abertos pregados no teto.

Du - pensei que você estava dormindo.
Eu - não, estava pensando. Você pensa no parto todo dia?
Du - não.
Eu - eu penso.
Du - é que o bebê é seu. (e abriu um amplo sorriso provocativo)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Um corpo e mil sensações - de 24 de maio

Nunca me lembrei tanto que tenho um corpo. Tudo eu sinto.
(de fato algumas épocas parece que eu sou só uma alminha caminhando por aí, apenas pensamento transportado)
O dia inteiro tenho sensações, boas e ruins.
As boas eu considero um total bem-estar, apenas com umas pontadinhas na barriga, como uma coliquinha; além dos seios doloridinhos. Geralmente estou assim no fim da tarde e começo da noite, mas não sempre.
As más, considero a maior parte do tempo. Uma sensação constante de embebedamento... tipo 2 taças de vinho, uma sensação de empanturramento depois de comer uma singela maçãzinha. Sinto algo também que tangencia um enjôo, mas não sei classificar... Numa escala de 0 a 10 (sendo 10 o vômito) fico constantemente num 2-3. Apenas para me lembrar que tenho corpo, sistema digestivo.
Andei muito resfriada, mas quando meu nariz destranca eu sinto cheiros... de açúcar, de aluno, de veja, de perfume. Não chega a me incomodar, mas são cheiros fortíssimos.
Não tenho sentido vontades ou repulsa por alimentos, mas nunca uma salada de cenoura com alho esteve tão deliciosa como a desta semana.
Por último enumero meu cansaço. Estou dormindo um pouco depois das galinhas.

Prólogo 2 - A descoberta de 13 de maio

Eu andava me sentindo estranha tendo espinhas e seios que nunca tive. Expressei pro Eduardo minhas desconfianças sobre uma possível gravidez.
No dia 13 de maio saí a noite e cheguei em casa com o teste. Eduardo estava no sofá. Não disse nada a ele, fui ao banheiro. Voltei pra sala com o teste numa mão e o xixi na outra, pois não basta ser pai, tem que participar...
Ele leu a instrução: esperar de 3 a 7 minutos, uma faixinha é negativo; duas faixinhas, gravidez confirmada. Pus a fitinha do teste no xixi . Silêncio. 20 segundos depois vi duas faixinhas.
Eu disse: "Du, deu positivo". Silêncio. "Du, deu positivo".
Ele, de olhos fixos no teste: "Temos que esperar de 3 a 7 minutos".
Eu: "O que você está vendo?"
Ele: "Duas faixinhas".
Eu: "Pois eu também... quer esperar mais o que? Ela desaparecer?"
Foi meio estranho. Bom e esquisito.
Fiquei meio eufórica. Ele ficou calado, com meio sorriso estampado na cara.
Contei na hora pra minha mãe. Ele esperou 24 horas pra contar pra dele, disse que precisava assimilar.

sábado, 5 de setembro de 2009

Prólogo 1 - Dias 05 e 06 de maio de 2009

Descobri minha gravidez em 13 de maio (então com apenas 5 semanas, o que significa de fato umas três semanas desde a fecundação). Porém antes disso, em 05 e 06 de maio, entre várias mensagens para ajustar e dar os acertos finais num artigo que escrevíamos juntas, troquei estas mensagens com Lulis e Tati, minhas amigas tão amadas.

Eu: Meninas, só contando, ontem pela primeira vez me senti com TANTO mal humor e nervosismo ao longo do dia que juraria que alguma coisa estava diferente em mim. Não sei se é a tal TPM que dizem por aí (só tenho cólicas e dores horriveis de cabeça, mas sem alteração de humor) mas eu seria capaz de morder nervosamente qualquer um que cruzasse meio torto meu caminho. Talvez uma ebulição hormonal. Só melhorou porque depois da aula eu deitei por uma hora e fiquei quietinha. Nem dormi, mas parece que alguma coisa "se acalmou" (uma lombriga talvez???? ... meu outro eu?).

Lu: gravidez??

Eu: não que eu saiba...rs

Tati: hum.......
tem ido ao banheiro com que frequênica?
a quantos dias os peitos dóem?
....tem tido um sono mortal?????

Eu: mhhhh... estou com xixis a todo instante... Sono MORTAL senti apenas um dia, semana passada (que nada podia manter meus olhos abertos). Peitos levemente doloridos... como todo mês... Pontadinhas de cólica anunciando a próxima menstruação, esperada para daqui uns 4 dias... Espinhas incomuns no rosto, há duas semanas. Uma nova hoje.

Tati: hummm... no mínimo um estado interessante... para não dizer ´embaraçoso(sada)´... rs

Lu: Fiona, xixi a todo instante não é sinal de gravidez para vc... já q te conheço há cerca de 12 anos, e vc sempre fez xixi a todo instante... mas, cólicas e peitos doloridos e menstruação encruada, sono absurdo e alterações drásticas de humor no mesmo dia... sim, estes são sinais de gravidez... espere uma semana ou 10 dias e depois compre na farmácia o teste ou peça para seu médico um exame de BetaHCG (que é mais de confiança). Sinceramente, estou torcendo para que dê POSITIVO!!! mas vamos aguardar...

Tati: eba!!!!!
será??
os próximos 4 dias serão intensos...rs

Eu: rs.... Meninas! Lu, a diferença dos xixis é que andei "explodindo" de vontade...rs. Só resta esperar..... ai ai...

Tati: humm... hummm...
acho que é bom já ir dando uma olhadinha neste então:
http://www.clubedobebe.com.br/HomePage/nomesdebebes.htm

Lu: Tati toda adiantadinha...

E-mail meu, de 13 de maio, pela manhã:
Ainda não menstruei...ui ui.....